Miracleman: A conturbada história dos bastidores

A criação
Durante a era de ouro dos quadrinhos (1938-55) a editora Americana Fawcett publicava histórias de seu principal personagem o Capitão Marvel que na época superava o Super-Homem em popularidade e vendas até a DC, que ainda era conhecida como Natinal Comics, na época abriu um processo contra a Fawcett alegando que seu personagem era um plágio do Super-Homem sem recursos para arcar com processo a editora parou de publicar as histórias do Capitão Marvel.
Enquanto isso no Reino Unido a editora L. Miller & son republicava as histórias da Fawcett entre elas o Capitão Marvel, quando soube que o título não seria mas lançado, o proprietário da empresa ,Leonard Miller, encomendou ao Gower Studios do artista Mick Anglo uma série substituta, tão idêntica quanto possível à Família Marvel. Assim nasceu Marvelman, e seus companheiros Young Marvelman e Kid Marvelman.
  

Família Marvel: Capitão Marvel,Mary Marvel, Capitão Marvel Jr. 
Família Marvelman: Marvelman, Young Marvelman, Kid Marvelman

Anglo e a decepção
Anglo na década de 1960 ao questionar, sobre a sua parcela dos  lucros  para Miller, saiu decepcionado com a resposta do proprietário da editora segundo Leonard Miller  apesar do registro em nome de Mick Anglo o personagem não pertencia a Anglo mas sim a editora (Os personagens criados na época não pertenciam aos escritores mas sim as editoras que a publicava essa situação só mudaria nos meados dos anos 90.) Após um tempo a editora faliu e o personagem entrou em hiato.  Mick Anglo saiu desapontado com a editora e acreditando que os direitos de seus personagens tinham sido roubados, deixou de trabalhar para a L. Miller & Son e seguiu o próprio rumo, chegando a publicar uma cópia de seu próprio personagem, o Captain Miracle, que usava artes e histórias foram originalmente pensadas para o Marvelman.

A reinvenção do personagem
Novo design do personagem na Warrior
Derek Skinn (também conhecido como Dez Skinn) antigo diretor chefe da Marvel UK decide sair da Marvel e abrir a sua própria editora, assim nasce em 1982  a  Quality Communications , e com ela montar uma nova revista a Warrior com o objetivo de rivalizar com a 2000AD (uma antologia que publicava as histórias do Juiz Dredd.). Para isso, ele chamou muitos dos autores que trabalhou com ele durante sua estadia na Marvel, entre eles estava Alan Moore, (autor de clássicos como Watchmen, Batman: A Piada Mortal e Liga Extraordinária.) que ficou responsável por duas histórias: sua própria criação, V de Vingança, e uma série que pertenceria à revista, Marvelman.

A chave para a o entendimento
Derek Skinn apesar de publicar as histórias do personagem ele não tinha os devidos direitos sobre ele. Mas com a divisão de quadrinhos da L.Miller fechada dês dos anos 60 Skinn simplesmente deduziu que não existia nenhum grupo com recursos e/ou interesse em impedi-lo de explorar o personagem.
Skinn chegou a procurar Mick Anglo para conversar sobre o retorno do herói, mas Anglo, descontente do personagem e ainda acreditando ter perdido seus direitos sobre ele em 1960, exigiu apenas o pagamento caso a Warrior publicasse alguma das histórias escritas por ele mesmo, o que ocorreu apenas duas em duas ocasiões.

Fim da Warrior
Após o cancelamento da Warrior os “direitos” que estavam com Skimm foram dividido como um acordo de pagamento sendo 30% para Allan Moore, 30% para cada desenhista  Alan Davise e Garry Leach e Skinn permanecendo com 10% que posteriormente foram repassados para a editora americana Eclipse, aonde as histórias continuariam a sendo publicadas.

Troca de nome e Nail Gaiman
Por medo de problemas com a Marvel comics por causa do nome a editora Eclipse decidiu  trocar o nome do personagem de Marvelman para Miracleman.
Após Moore terminar a sua história pela eclipse ele passou seus “direitos” para Nail Gaiman e o desenhista Mark Buckingham ficando com 15% cada um que continuaram a escrever as histórias  do Miracleman, até 1994 quando a editora abriu falência e o personagem ficou sem novas histórias.

Todd McFarlane vs Nail Gaiman
Em 1992 Todd McFarlane funda a Image comic se tornando uma terceira potência na indústria dos quadrinhos durante os anos 90 e em 1996 comprou toda a Eclipse e seu espólio incluindo os 10% do Miracleman  que pertencia a antiga editora.
Durante um trabalho para a Image comics, Gaiman e Todd McFarlane fizeram um acordo em que Nail Gaiman passaria para ele o direito de três personagens que ele criou na edição#9 de Spawn (lembrando que nesta época os escritores já tinham 100% dos direitos dos personagens que criavam) e Todd deveria transferir a Gaiman a porcentagem dos direitos de Miracleman que ele possuía.
Mas apesar do Nail Gaiman cumprir sua parte do acordo o Todd McFarlane se recusou a cumprir iniciando assim uma batalha judicial. 

Revelação e o fim
Em 2001 Skinn revelou em entrevista que não tinha obtido os direitos do personagem e que havia publicado à revelia. Após repartir a declaração no tribunal os antigos contratos foram estudados para a descoberta que nenhum deles teria direito sobre o Miracleman, apenas Mick Anglo que realmente tinha registrado o personagem durante os anos 60 e nunca havia transferido seus direitos. 
Já em 2009, a Marvel comics conseguiu os direitos do personagem do próprio criador Mick Anglo,  que faleceria um ano depois, em 2010.
Por fim  toda a fase dos anos 80 escrita por Allan Moore e a fase dos anos 50 escrita pelo Mick Anglo foi republicada e parte dos lucros foram revertidos para os descendentes de Anglo.

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